Estádio

Informações sobre o Estádio Luso Brasileiro, sua história e eventos realizados.

Estádio Luso Brasileiro: Projeto 100 anos

Em 2022, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, doou as estruturas das arquibancadas e da cobertura da Arena do Futuro, que sediou eventos de handebol nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, para a Associação Atlética Portuguesa. Fazendo parte do Plano de Legado Olímpico, o clube utilizará essas estruturas metálicas, cobertura e telhado para expandir o Estádio Luso-Brasileiro, resultando em um aumento significativo na capacidade de público, que será mais que triplicada, saltando de 5 mil para 16 mil espectadores.

Estádio Luso Brasileiro: O Estádio dos Ventos Uivantes

O Estádio Luso Brasileiro, carinhosamente conhecido como o “Estádio dos Ventos Uivantes”, é um monumento histórico no mundo do futebol. Localizado na bela Ilha do Governador, este estádio foi palco de inúmeras batalhas esportivas emocionantes e mantém as conexões com as raízes culturais de Portugal. Desde a sua inauguração em 1965, o estádio testemunhou momentos inesquecíveis. As arquibancadas ferviam com a paixão dos torcedores, enquanto o vento soprava a favor dos talentosos atletas que buscavam a glória.

 

A história do Estádio Luso-Brasileiro, lar da Portuguesa, é uma jornada fascinante e repleta de reviravoltas. Fundada oficialmente em 2 de janeiro de 1925, a Portuguesa teve suas raízes no Centro do Rio de Janeiro. O campo original da Lusa foi desapropriado para a construção da Avenida Presidente Vargas, o que marcou o início de uma busca por um estádio definitivo, algo que só se concretizaria em 1965.

A inauguração do Estádio Luso-Brasileiro, em 6 de agosto de 1961, marcou um marco significativo na história da Portuguesa. Inicialmente, o estádio pertencia ao Jockey Club da Guanabara. No entanto, a cidade do Rio de Janeiro não tinha espaço para múltiplos hipódromos, e o Jockey Club passava por dificuldades financeiras. Em 1965, o estádio foi adquirido pela Portuguesa.

A arquitetura da entrada do estádio e o desenho da arquibancada principal permanecem ao arquiteto Helio Modesto, da Escola de Arquitetura (atual UFRJ) e os cálculos de concreto armado ao Professor Artur German e hidráulicos ao professor Teófilo Ottoni ambos da Escola Politécnica do Rio de Janeiro (atual UFRJ).  Um projeto inovador para 1961, que trouxe já para a época um sistema de captação de água da chuva que hoje é utilizada para irrigar os campos de futebol.

A primeira partida

A primeira partida oficial de futebol no local ocorreu em 2 de outubro de 1965, quando a Portuguesa enfrentou o Vasco da Gama diante de 8.565 pagantes. Nesse jogo, o estádio ganhou o apelido de “Estádio dos Ventos Uivantes” devido aos ventos fortes no local, além do famoso gol olímpico de Zizinho, auxiliado pelas correntes de ar.

O estádio também passou por transformações notáveis ao longo dos anos. Em parceria com Botafogo, Flamengo e Petrobrás, a Portuguesa arrendou seu estádio para esse trio em 2006, quando arquibancadas tubulares foram instaladas ao redor do campo, transformando-o na “Arena Petrobrás.”

Em 2016, o Botafogo alugou o estádio da Portuguesa, chamando-o de “Arena Botafogo” enquanto o Estádio Nilton Santos passava por obras em preparação para os Jogos Olímpicos.

Em 2017, o Flamengo arrendou o estádio da Portuguesa, aumentando sua capacidade com arquibancadas provisórias e chamando-o de “Ilha do Urubu.” Essa parceria encerrou-se em 2018, quando o Flamengo voltou ao Maracanã. O Estádio Luso-Brasileiro é um marco histórico não apenas para a Portuguesa, mas para o futebol carioca na totalidade, testemunhando muitos momentos memoráveis e reviravoltas ao longo dos anos.

É importante destacar que o Estádio Luso Brasileiro foi oficialmente tombado como patrimônio histórico e cultural da Cidade do Rio de Janeiro em 6 de setembro de 2017, por meio da lei 334 de 2017, proposta pelo vereador Fernando William nessa data. Esse ato legal reconheceu a importância e o valor histórico do estádio, protegendo-o como parte do patrimônio cultural da cidade.

Hoje, o Estádio Luso Brasileiro continua sendo o coração da Portuguesa, um lugar onde as memórias se misturam com as promessas de um futuro glorioso. É um local onde cada chute, cada gol e cada vitória ecoam como testemunhas silenciosas da nossa dedicação ao esporte e às nossas raízes lusitanas.

As Torcidas

A torcida da Portuguesa é uma parte vibrante e apaixonada da história do clube, composta por três grupos distintos: o Movimento Raça Lusitana, a Brava Raça Lusitana e a Torcida Jovem Lusa.

O Movimento Raça Lusitana teve origem no início do Campeonato Carioca da série B em 2009, quando um grupo de jovens simpatizantes da Portuguesa se uniu com a missão de transformar o Estádio Luso Brasileiro em um verdadeiro caldeirão, atraindo o maior número de torcedores possível. Inicialmente, o sucesso foi notável, com jogos atraindo públicos de trezentas a quinhentas pessoas apenas na torcida. A Brava Raça, que era mais antiga, se uniu ao Movimento para contribuir com cânticos e percussão. No entanto, ao longo do tempo, a unidade se desfez, surgiram ideias conflitantes e muitos membros saíram. Atualmente, as duas torcidas permanecem separadas nos jogos em casa e cantam ao seu próprio ritmo, mas se unem em jogos fora do Estádio Luso-brasileiro, já que compartilham muitas músicas.

A Brava Raça tem como destaque o manto lusitano e o mascote da Portuguesa, a Zebra. Seu grupo é composto por torcedores mais experientes, com um profundo conhecimento do que é ser parte de uma “Barra Brava”. O uso de bandeiras, faixas e barras é uma constante nas partidas nas quais a Brava está presente.

Por outro lado, o Movimento Raça Lusitana é formado por jovens torcedores que cantam e apoiam o time durante os noventa minutos. Eles possuem uniformes e músicas próprias, criadas por seus próprios membros. Eles se consideram um movimento, em vez de uma torcida organizada, e seu foco é apoiar a Lusa em todos os esportes, não apenas no futebol.

Ambas as torcidas são conhecidas por apoiar a Portuguesa, não importando o local onde o time jogue. Eles viajaram para diversas cidades para mostrar seu apoio à equipe.

Uma particularidade interessante é que, nos jogos fora de casa, as duas torcidas da Portuguesa se unem para fortalecer seus cânticos, já que o número de torcedores nas viagens é frequentemente limitado. Além disso, existem inúmeras histórias marcantes compartilhadas por aqueles que vivenciaram momentos únicos de apoio incondicional à equipe do coração.

Em 2012, durante um bom momento da equipe e com a perspectiva de subir de divisão, as torcidas da Portuguesa temporariamente se unificaram para fortalecer o canto e o apoio ao time. Após uma avaliação positiva, membros das duas torcidas decidiram consolidar a união, resultando na criação da nova torcida chamada de Lusitanos. Alguns membros do antigo Movimento Raça Lusitana resistiram a essa mudança, mas a nova torcida foi estabelecida.

A Torcida Jovem Lusa, fundada em 1990, é a mais antiga e tradicional torcida da Portuguesa. Inicialmente, jovens moradores das proximidades do Estádio Luso Brasileiro se uniram em prol do clube, durante um período decisivo nos campeonatos. No entanto, ao longo dos anos, muitos desses jovens se afastaram devido a responsabilidades familiares. Em 2015, um grupo de jovens moradores da Ilha do Governador reacendeu a chama da torcida, com o apoio dos fundadores, e estão trabalhando para revitalizar a Torcida Jovem Lusa.

Curiosidades

O Histórico Gol dos Ventos Uivantes

Em uma façanha notável do futebol, o Estádio Luso-Brasileiro, carinhosamente conhecido como o “Estádio dos Ventos Uivantes,” testemunhou o primeiro gol de goleiro na história do futebol brasileiro. O protagonista dessa história única foi Ubirajara Alcântara, goleiro do Flamengo, que eternizou seu nome na história do esporte.

Em 19 de setembro de 1970, durante uma partida do Campeonato Carioca contra o Madureira, Ubirajara, conhecido como Bira, fez história com um chute ousado desde sua própria área. Impulsionada pelos ventos caprichosos do estádio, a bola viajou pelo campo e surpreendeu o goleiro adversário, Paulo Roberto, encontrando as redes adversárias. O gol, o único da carreira de Ubirajara, tornou-se um marco no futebol, merecidamente chamado de “Gol dos Ventos Uivantes.”

A partida em que esse feito notável ocorreu terminou com a vitória do Flamengo por 2 a 0. O gol de pênalti de Zanata havia colocado o Flamengo à frente, e o gol de Ubirajara selou a vitória. A jogada surpreendente e a ajuda do vento se combinaram para criar uma das histórias mais memoráveis do futebol brasileiro.

Aquele gol único foi atribuído ao acaso e à influência dos ventos icônicos que sempre sopraram no Estádio Luso-Brasileiro. Anos mais tarde, o feito de Ubirajara foi oficialmente reconhecido pelo Guinness World Records como o “Primeiro gol de goleiro marcado com bola rolando.”

Esse gol simbólico demonstra como o futebol é cheio de surpresas e momentos inesquecíveis. Para homenagear esse feito histórico, o Flamengo, que administrou o Estádio Luso-Brasileiro por três anos a partir de 2017, dedicou uma placa comemorativa. Assim, Ubirajara Alcântara deixou sua marca na história, ao lado de outros grandes nomes do esporte, e provou que, no futebol, até mesmo um gol de goleiro pode ser épico.

Narração do Gol Ubirajara

Foto histórica de Roberto Dinamite

Em 2012, durante um bom momento da equipe e com a perspectiva de subir de divisão, as torcidas da Portuguesa temporariamente se unificaram para fortalecer o canto e o apoio ao time. Após uma avaliação positiva, membros das duas torcidas decidiram consolidar a união, resultando na criação da nova torcida chamada de Lusitanos. Alguns membros do antigo Movimento Raça Lusitana resistiram a essa mudança, mas a nova torcida foi estabelecida.

A Torcida Jovem Lusa, fundada em 1990, é a mais antiga e tradicional torcida da Portuguesa. Inicialmente, jovens moradores das proximidades do Estádio Luso Brasileiro se uniram em prol do clube, durante um período decisivo nos campeonatos. No entanto, ao longo dos anos, muitos desses jovens se afastaram devido a responsabilidades familiares. Em 2015, um grupo de jovens moradores da Ilha do Governador reacendeu a chama da torcida, com o apoio dos fundadores, e estão trabalhando para revitalizar a Torcida Jovem Lusa.